Entre os maiores de todos os tempos

Hamilton, Vettel e Alonso: três dos maiores pilotos da história da Fórmula 1

Contra números não ... - Lewis Hamilton atingiu algumas marcas importantes no último fim de semana, durante o Grande Prêmio da Bélgica, no lendário circuito de Spa-Francorchamps. Em seu 200º GP na categoria, o piloto inglês marcou sua 68º pole position, igualando assim o recorde estabelecido por Michael Schumacher em 2006, como o piloto que mais vezes largou para uma prova sem ninguém a sua frente. E para fechar a semana com chave de ouro, o tricampeão mundial venceu pela 58º na F-1, e segue firme na luta por seu quarto título mundial contra o já tetracampeão Sebastian Vettel.

O desempenho do britânico acabou sendo bastante elogiado. E uma das pessoas que ressaltaram suas qualidades foi um antigo rival, o brasileiro Felipe Massa. Durante um coletiva de imprensa, Massa colocou Lewis como um dos pilotos mais completos que já passaram pela categoria. As várias declarações elogiosas do brasileiro à Hamilton podem ser lidas clicando aqui, graças ao excelente trabalho de Gabriel Lima, do Motorsport BR, que esteve 'in loco' na Bélgica para a cobertura da etapa. Mas separei um trecho que me fez refletir sobre Hamilton ser colocado como um dos maiores em todos os tempos e o saudosismo que às vezes nos pega na hora de eleger alguém ao rol das lendas.

“É lógico, sem dúvida. Eu acho que as pessoas gostam de voltar no tempo falando: ‘Pô, mas naquela época tínhamos o Nigel Mansell, o Ayrton Senna, o Alain Prost e o Nelson Piquet...’. O mundo muda. Eu acho que é possível, por exemplo, comparar o Messi e Cristiano Ronaldo com o Pelé e o Maradona. As coisas mudam e existe cada piloto e cada esportista na sua época. Hoje ele é um piloto que está no topo do automobilismo e daria para você comparar e colocar na frente de qualquer piloto que já passou pelo automobilismo até hoje”

Geralmente, quando pensamos em Fórmula 1 e seus grandes ases em todos os tempos, recorremos primeiramente a nomes do passado, como Ayrton Senna, Alan Prost, Michael Schumacher, Juan Manuel Fangio,Niki Lauda, Jackie Stewart, Nelson Piquet, Jim Clark, entre outros. Acredito que esse seja um comportamento muito natural, afinal, todos esses caras - que já não competem mais - têm suas histórias completamente escritas. Contudo, recomendo àqueles que ainda não colocam pilotos como o próprio Hamilton, como Sebastian Vettel e como Fernando Alonso no panteão dos maiores de todos os tempos, que o faça, pois é mais do que necessário reconhecer quando a história é escrita bem diante de nossos olhos.

Não há como olhar os números destes três pilotos e não se surpreender. Deixe de lado a análise mais subjetiva sobre qualidade técnica - pois não quero entrar em discussões sobre quem foi melhor, quem pilotou mais ou qual época/geração possuiu mais talentos - não se prenda a argumentos do tipo, "ah, a Fórmula 1 de hoje está uma porcaria. Bom mesmo era no tempo de Senna, Prost, Piquet e Mansell", e concentre-se nos feitos apresentados por esses caras. As estatísticas podem parecer frias? Sem dúvidas. Entretanto, elas são o que há de mais tangível, de mais palpável para que qualquer análise objetiva seja feita a esse respeito.

Vejamos então o exemplo do inglês. Se nos apoiarmos na frieza dos números, não há motivos para que ele não integre a lista os maiores pilotos de todos os tempos. Seus três títulos mundiais se equiparam aos de lendas como Ayrton Senna, Nelson Piquet, Jack Brabham, Niki Lauda e Jackie Stewart. Suas 58 vitórias o colocam como segundo maior vencedor na história da categoria, atrás apenas de outro gigante, Michael Schumacher. Suas 68 poles fazem dele o piloto que mais vezes largou na posição de honra do grid, também ao lado de Schumacher.

Olhando para Vettel, a sensação é a mesma. No caso do alemão, seus números se assemelham aos de Hamilton - é o quarto colocado no número de vitórias (46) e poles (48) na história e ainda conta ainda com quatro títulos mundiais, feito que somente outros três pilotos na história conseguiram, podendo conquistar ainda mais.


O espanhol, por sua vez, além de ser  respeitado como um dos pilotos mais talentosos que já guiou um monoposto da categoria, também é um dos que mais venceram na categoria (32 vezes, sendo o sexto nesta estatística), contando ainda com dois títulos mundiais. Aliás, não é exagero algum dizer que seus números na Fórmula 1 poderiam ser ainda melhores, caso tivesse tido condições melhores nas equipes em que defendeu durante a carreira.

Experimente ainda somar esses dados a outros diversos recordes e números expressivos que eles possuem (não vou colocar tudo aqui pra não ficar maçante) e lembrem ainda da precocidade com que eles atingiram tais marcas. Desde muito cedo esses caras escrevem parte da história da Fórmula 1 e por isso devem ser encarados já como lendas do esporte.

Lembrem-se novamente: reconhecer que Lewis Hamilton, Sebastian Vettel e Fernando Alonso fazem parte dos grandes nomes da categoria na história, não implica em compará-los a outros grandes pilotos que passaram pela F-1, pois repito, isso é impossível. Isso é apenas colocá-los em um lugar que lhes é de direito pelo trabalho que fizeram e ainda fazem na categoria e no automobilismo, de uma forma geral, independente de gostar ou não deste ou daquele.

É bom aproveitar enquanto podemos vê-los em ação, pois daqui alguns anos, quando seus filhos e netos perguntarem, você poderá dizer que viu uma grande geração de campeões da F-1.

Fotos: GPUpdate.net
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