Que surjam mais Marias, Anas, Sabrinas...

Vira e mexe vemos discussões sobre a possibilidade de as mulheres competirem de igual para igual com os homens em diferentes esferas da sociedade. E muitas vezes essa discussão é levada para o esporte também. Apesar de ainda vermos uma grande diferença de desempenho entre moças e rapazes em diversas praticas esportivas, por conta de questões físicas, em algumas modalidades - como o esporte a motor - vemos um maior equilíbrio entre meninas e meninos. E o último bom exemplo disso vem da espanholazinha Maria Herrera.

A garota de 16 anos quebrou várias barreiras correndo neste ano no CEV, Campeonato Espanhol de Velocidade. Uma competição importante, organizada pela Dorna e que serve como degrau para a MotoGP. Muitos pilotos importantes do mundial já passaram por lá com bastante sucesso. Maria deixou sua marca por lá, nesta temporada.

A menina, nascida na cidade de Toledo, foi a primeira mulher a vencer na categoria, pela classe Moto 3 - fez isso duas vezes, em Aragon e em Navarra - e chegou à última etapa do ano, que aconteceu neste domingo em Jerez de la Frontera, como líder do campeonato e como uma das favoritas ao título. Infelizmente, a conquista não aconteceu. Maria caiu na terceira volta e abandonou a disputa, deixando de entrar ainda mais para a história do motociclismo espanhol. A moça ficou com o quarto lugar no campeonato. Mesmo assim seus feitos não são diminuídos em nada. Pelo contrário.
Maria Herrera fez história sendo a primeira mulher a vencer no CEV e ficou próxima de conquistar o título da categoria
Os resultados obtidos neste ano por Herrera mostram que as mulheres podem sim ter chance de competir com os homens em uma situação cada vez mais igual. Elas estão conquistando cada vez mais espaço no mundo do esporte a motor. A própria Maria já chegou a correr pela Moto 3, no mundial de MotoGP, como wild card no GP de Aragon. Lá, dividiu as atenções com a compatriota Ana Carrasco, que em 2013 fez sua primeira temporada completa pela classe, conquistando alguns resultados interessantes. Fez nove pontos e foi a 21ª colocada em um mundial que conta com, no mínimo, 32 pilotos.

O Brasil também tem sua representante no mundo das duas rodas, a paulista Sabrina Paiuta, que teve um bom destaque no motociclismo brasileiro - com títulos, inclusive - e que neste ano correu, entre categorias nacionais, na European Junior Cup, campeonato para pilotos entre 14 e 19 anos, apoiado pela Honda e porta de entrada para o Mundial de Superbikes. Lá, Sabrina ficou com a 21ª posição geral, tendo um expressivo sexto lugar no GP de Magny-Cours. Outra menina que participa da categoria é a francesa Amellie Demoulin.

O automobilismo também tem suas estrelas. Danica Patrick, por exemplo, é uma delas. A queridinha da América hoje corre em duas classes da Nascar. Mas ela teve muito sucesso na Indy, onde foi a primeira mulher a marcar uma pole, a vencer e a subir no pódio de uma edição das 500 milhas de Indianapolis. Chegou a ser especulada na F1 e abriu espaço para que outras meninas surgissem, como a boa Simona de Silvestro, hoje estabelecida na categoria americana, e outras moças que conseguem participar de algumas provas, como Bia Figueiredo, Pippa Mann e Katherine Legge.
A paulista Sabrina Paiuta conseguiu bom destaque no motociclismo brasileiro e participou de campeonato europeu
Sem contar as mulheres que vão aparecendo em posições cada vez mais altas fora das pistas. Monisha Kaltenborn, chefe da Sauber, e Claire Williams, chefe-adjunta da Williams, contribuem para que vejamos mulheres em cargos de destaque na F1.

Maria, Ana, Sabrina, Amellie, Danica, Simona, Bia e outras tantas vão mostrando a evolução que estão conseguindo diante dos homens em um mundo que até pouco tempo era dominado por eles. Elas já não são vistas apenas como atrações à parte nas corridas, por conta da novidade que representam ou da beleza, ou como chamarizes de marketing e coisas parecidas. Elas estão ganhando o respeito dos rivais, dos fãs e muitas delas possuem talento suficiente para conseguirem carreiras sólidas e de sucesso. Que não parem por aí.

Fotos: MundoHR.com e EuropeanJuniorCup.com
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