Sordo volta à Citroen

Enfim acabou o mistério de quem seria o companheiro de Mikko Hirvonen e, consequente, substituto de Sebastien Loeb na Citroen. O espanhol Dani Sordo foi o escolhido para a vaga após dois anos como piloto da Prodrive, pilotando um Mini Cooper. Dessa forma, Sordo volta ao time pelo qual correu entre 2005 e 2010, sempre tendo como companheiro o francês eneacampeão.

Mas e aí? Será que ele foi a escolha acertada? E no que ele poderá auxiliar a Citroen em 2013, ao lado do finlandês Mikko Hirvonen? Isso é o que tento analisar nas linhas abaixo.

O que se pode esperar de Sordo?


Acho Dani Sordo um bom piloto. Sempre achei. Mas tenho um pé atrás com ele, pois muitas vezes ele passa a impressão de ter o perfil de segundo piloto. Aliás, a dupla da Citroen, com ele e Mikko Hirvonen, me passa essa impressão. Diria que são os dois melhores segundos pilotos do WRC.

Talvez seja algum tipo de implicância minha com o espanhol, pelo tempo que ele foi apenas o outro piloto da equipe, quando tinha ao seu lado Sebastien Loeb. Sordo ganhou o J-WRC com a fábrica francesa e passou bons anos no time principal, demonstrando boas performances. Mas nunca venceu.

É verdade que em muitas vezes ele foi limitado por ter de dividir a equipe com o eneacampeão, que indiscutivelmente era o primeiro piloto e alvo dos principais esforços. Porém, ele teve suas chances e ainda assim não conseguiu triunfar.
Ao deixar a Citroen e embarcar no projeto da Prodrive com a Mini, as chances de vencer ficaram ainda menores. Mas isso não o impediu de fazer boas apresentações nesses últimos dois anos e de ganhar mais experiência ainda, especialmente no desenvolvimento dos carros, como ele mesmo frisou, trabalhando com novos métodos, o que é sempre importante para que um piloto se torne o mais completo possível. Sua performance no último rali do ano, na Espanha, onde ele venceu seis especiais do evento - apesar de ter batido no primeiro dia, foi fundamental para sua contratação, disse Yves Matton, chefe da equipe, que acredita que Dani ainda esteja em um grande nível.

Contudo, mesmo com essa evolução como piloto, ainda não sabemos o mais importante: se ele terá capacidade para vencer, se conseguiu desenvolver esse lado.

É bom lembrar que, correndo pela Citroen e sem ter Loeb ao seu lado, suas chances de vencer aumentam. Mas a pressão também aumenta. Tanto sobre ele como sobre Hirvonen, que terão a responsabilidade de vencer e manter a equipe francesa no topo. Uma coisa é você correr ao lado de um monstro tendo a preocupação de marcar pontos para ajudar o time. Outra é você embarcar em um projeto que se inicia, não tendo pressão por vitórias. E outra coisa é você chegar em um time top e passar a ter de responder as expectativas com resultados. São três situações distintas para o espanhol. E sem duvidas essa última será um grande desafio que colocará sua capacidade em prova. 

Em 2013 veremos mesmo se ele amadureceu como piloto, a ponto de aguentar essa pressão.

Melhor escolha?


Bem, é difícil afirmar se Dani Sordo foi ou não a melhor escolha feita pela Citroen. A resposta para essa pergunta só poderá ser dada durante a temporada de 2013, quando poderemos ver seu real desempenho nos eventos. Porém, acredito que a opção pelo espanhol tenha sido a mais óbvia por parte dos franceses.

Pelo que acompanhei de notícias sobre os possíveis candidatos à vaga, o espanhol parecia mesmo em vantagem com relação a outros nomes que foram ventilados, como Petter Solberg, Mads Ostberg ou mesmo Thierry Neuville. Isso porque Sordo possuiria uma certa vantagem em relação aos rivais pela vaga, por já possuir experiência tanto na categoria quanto no time da Citroen. Ou seja, ele sabe como a fábrica trabalha e tem um bom relacionamento com o pessoal de lá. Dessa forma, não precisaria do famoso 'tempo para adaptação' ao método de trabalho da equipe, o que é uma vantagem, tanto para o piloto quanto para o time. Até mais para o time...
Com a aposentadoria de Loeb, a Citroen perdeu sua referência. E não era qualquer referência. Era Sebastien Loeb, o homem que dominou o WRC nas últimas nove temporadas levando os franceses aos títulos. E sem o francês lá, para dar as coordenadas quanto ao desenvolvimento do carro e para acelerá-lo, o risco da Citroen perder tempo na luta pelo campeonato era grande. Por isso, penso eu que a escolha por Dani tenha sido feita para minimizar ao máximo essa perda.

Talvez, não seja mesmo um bom momento para a Citroen arriscar. É uma decisão compreensível. 

As outras opções e o que lhes restam de vagas


Como citei acima, li notícias que ventilaram os nomes de Petter Solberg, Mads Ostberg e Thierry Neuville como possíveis substitutos de Loeb, além claro do próprio Sordo. Opções variadas para o segundo carro da Citroen.

Em Solberg, os franceses poderiam ter um piloto extremamente rápido e experiente. O norueguês é campeão mundial (o último antes da Era Loeb) e já tinha trabalhado com a Citroen, sendo cliente da marca nos últimos anos com sua equipe própria. E sempre andou bem com os carros da fábrica. Entretanto, neste último ano Solberg não teve uma de suas melhores temporadas, com vários problemas e errando bastante.

Já Mads Ostberg foi uma das boas surpresas do WRC em 2012. Mesmo correndo pela Adapta Ford, venceu o Rali de Portugal, após desclassificação de Hirvonen, e foi o quarto na classificação geral, mesmo perdendo dois ralis, o que mostra por parte dele um desempenho bastante interessante. Aliás, Ostberg era o grande rival de Sordo, segundo Matton, que optou pelo espanhol.

Por último, tínhamos Thierry Nueville, cria da Citroen. Esse ano, o belga pilotou pelo time Jr. e até tinha esperança de ser promovido, pois também teve boas performances na temporada. Contudo, acredito que sua falta de experiência tenha pesado na decisão. Seria a solução caseira.
Com a definição da escolha de Sordo, esses três pilotos parecem ter caminhos distintos. Neuville deverá seguir mais um ano com a Citroen Jr., pegando assim mais experiência. O que acho correto. Já Solberg e Ostberg vão lutar pelas vagas restantes. Ambos podem disputar uma vaga na Ford M-Sport, uma vez que a equipe oficial da marca deixou o certame. Para Ostberg ainda há especulações na Prodrive, assumindo a vaga de Sordo. Sem contar que a Hyundai começará um programa de teste, visando entrar na categoria por completo em 2014. Pelo que vemos, esses três pilotos conseguirão tocar suas carreiras, o que é muito bom.
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